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Foto do escritorSeptem Capulus

Caso Robinho: entenda o processo que culminou na prisão do ex-atleta

O ex-jogador Robinho, condenado na Itália por estupro, foi preso pela Polícia Federal ontem (21), em Santos. Ainda está perdido no processo? A #SeptemExplica a linha do tempo completa:




Ex-jogador Robinho se apresentando em Delegacia de Polícia




ÍNDICE







Linha do tempo da condenação na Itália


Em 2017, Robinho foi condenado em primeira instância pela justiça italiana pelo crime de estupro coletivo. A pena foi confirmada no Tribunal de Apelação de Milão em 2020, estabelecendo 9 anos de reclusão em regime fechado. 


A defesa recorreu e o até então jogador retornou para o Brasil, respondendo em liberdade. 


Em 2022, o recurso da defesa foi negado pela Corte em Milão, e a condenação de 9 anos foi mantida – uma vez que esse é o órgão superior italiano.






Julgamento no STF


Já no Brasil, foi julgada no Supremo Tribunal Federal a homologação da pena estabelecida na Itália. A decisão foi julgada pela Corte Especial do STJ, com os 15 ministros mais antigos do Tribunal.


  • Com 9 votos a favor e 2 contra, a decisão da Justiça italiana foi validada e a condenação homologada;

  • Ficou decidido que a sentença poderia ser cumprida no Brasil, e deveria ter início imediato.


Foi então enviado um ofício à Vara, pedindo a prisão imediata de Robinho.






Lei da Migração


O julgamento não foi isento de discordâncias.


Considerando o artigo 100 da Lei da Migração, as relações diplomáticas entre Brasil e Itália e a impossibilidade da dupla imputação criminal, foi entendido:


  • Que não cabe ao judiciário brasileiro revisar a decisão italiana por meio de novo julgamento;

  • Que houve trânsito em julgado da decisão italiana, e que Robinho foi assistido e pôde se defender em todas as fases do processo;

  • Que os mesmos fatos também constituem crime no Brasil, e;

  • Que a decisão respeita a vedação de extradição de brasileiro nato, mas impede que o crime saia impune.


No entanto, em oposição, o ministro Raul Araújo apontou que o papel do Judiciário brasileiro seria analisar se a decisão italiana se adequa à legislação brasileira, e que os fatos do caso são anteriores à introdução da transferência do cumprimento de pena para o Brasil (2017).







Mandado de prisão


Foi expedido e assinado pela presidente da Corte o mandado de prisão, e o ex-jogador foi detido pela Polícia Federal no dia 21 de março, em Santos (SP).


Após a detenção, ele foi encaminhado para exame de corpo de delito no IML e audiência de custódia antes de ser encaminhado ao sistema prisional de fato.


A defesa chegou a protocolar um pedido de habeas corpus e solicitar o adiamento do cumprimento da pena, até que fosse julgada em trânsito no Brasil.


Ambos os pedidos foram negados pelo ministro Luiz Fux, atribuído ao caso:


"Considerados os fundamentos expostos a longo deste voto, não se vislumbra violação, pelo Superior Tribunal de Justiça, de normas constitucionais, legais ou de tratados internacionais, caracterizadora de coação ilegal ou violência contra a liberdade de locomoção do paciente."






O pronunciamento do ex-jogador


Em vídeo publicado nas redes sociais no dia 18 de março, Robinho alega racismo e condenação injusta:


“Tenho absoluta certeza que se fosse um europeu, um branco, meu julgamento teria sido totalmente diferente.”


Ainda no vídeo, ele expõe que foi instruído por advogados a “não falar nada” durante todo o processo e mostra uma série de supostas provas de sua inocência.


Confira o processo completo clicando aqui.








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